Entrevista com Nati dos Gaviões da Fiel
De onde surgiu o amor pelo Corinthians?
- Genética rs. Meu pai era um louco como eu. Desde o berço tive um exemplo maravilhoso de um corinthiano completamente apaixonado. Desde que me conheço por gente minha casa respira Corinthians 🖤
E hoje em dia como é para Naty passar esse amor que herdou do seu pai para sua filha?
- É inexplicável, acho que isso vai aumentando sabe com as gerações novas. Eu às vezes pareço que sou muito mais louca e apaixonada do que meu pai era, e minha filha já é muito no meu nível, então para minha alegria acredito que vá piorar rs. Ver alguém que você tanto ama, indo nessa loucura com você é uma alegria indescritível, hoje acho poder sentir o que meu pai sentiu sabe. 🥹 É como se eu tivesse continuado o legado dele.
E mano, sempre tem os críticos que não sabem de nada, “Que Bobos”, como é lidar com as críticas das pessoas?
- Eu costumo dizer que admiro muito quem não é Corinthiano e gosta de mim, porque eu tô sempre pronta para defender esse sentimento. Não tem como explicar, não é só um time, é uma família, uma nação completamente unida. Eu vejo muita dedicação, sim, por parte de outras torcidas, mas somos a mais indigesta por um motivo, somos a maior e mais apaixonada. Eu explico apenas que é amor, aquela emoção que você sente um aperto no peito, sabe de tanto que ama, de tanto que quer estar ali perto. Nos meus dias mais enérgicos eu arrumo muita briga devido a críticas, mas na maior parte eu só começo a falar de amor.
E você já se exaltou com algo relacionado ao Corinthians?
- Nossa, perdi as contas. Eu já arrumei muita briga, hoje em dia, principalmente no condomínio onde moro. Quando perde, ai que eu apareço mesmo, grito forte, já fui banida de grupo de WhatsApp, já ameaçaram meter processo em mim, tudo por conta da minha loucura. Ainda não teve processo, mas está em análise rs. Eu não abaixo a cabeça nunca, tô sempre pronta para defender e atacar rs. Tenho colegas que não são Corinthianas que me chamam de tóxica devido ao Corinthians. Mas levo como elogio, não tenho a mínima pretensão de mudar.
Eu amo ser essa louca sem cura 🖤
E como a Nati faz para conciliar a vida mãe, com a vida de torcedora e, além disso, tem a vida profissional?
- O pior já passou rs, minha filha cresceu e hoje me acompanha em todos os jogos, mas no começo é difícil, porque é muito complicado ir com criança pequena para o estádio, mas agora é só alegria. Está cada vez mais fácil de conciliar. Sophia hoje está com 9 anos, já participa muito, canta e incentiva os 90 minutos, sofre, chora, agradece, e sempre faço questão que ela esteja nas partidas que vou, pois ela é invicta, as poucas vezes que fui para Neo Química sem ela, perdemos e foi difícil, com ela não tem derrota, pé fervendo ela tem rs.
Com o trabalho só fica difícil ir para jogos fora durante a semana, minha jornada é de segunda a sexta, então não tenho muita dificuldade de conciliar. A dificuldade maior, mesmo, é não passar o dia vendo notícias, podcasts relacionados ao Coringão.
E quem é a Nati fora da bancada?
- Uma Nati comum, bem doidinha, que ama rir, alegre e chata rs. Canceriana raiz, chorona e dramática.
E como foi para a Naty está em uma reunião de credenciamento dos gaviões?
- É um orgulho imenso, como mulher sei de todos os preconceitos que sofremos todos os dias. O futebol feminino está cada vez sendo mais valorizado, mas ainda tem um caminho longo. Minha filha ama futebol e admira muitas jogadoras, poder levar ela no futebol feminino e ensinar para ela o valor e aquelas meninas tem, o quanto elas lutaram é uma honra. Então ver que principalmente o meu time do coração tem os maiores públicos no futebol feminino só deixa tudo mais mágico. Espero que a gente consiga cada vez mais quebrar recordes, ter mais visibilidade e fazer história com o feminino, nossas Brabas merecem muito.
Hoje em dia para a Naty como é o sentimento de ver a arena lotada apoiando o futebol feminino?
- É um orgulho imenso, como mulher sei de todos os preconceitos que sofremos todos os dias. O futebol feminino está cada vez sendo mais valorizado, mas ainda tem um caminho longo. Minha filha ama futebol e admira muitas jogadoras, poder levar ela no futebol feminino e ensinar pra ela o valor e aquelas meninas tem, o quanto elas lutaram é uma honra. Então ver que principalmente o meu time do coração tem os maiores públicos no futebol feminino só deixa tudo mais mágico. Espero que a gente consiga cada vez mais quebrar recordes, ter mais visibilidade e fazer história com o feminino, nossas Brabas merecem muito.
Qual o jogo que mais marcou sua vida?
- Ah com toda certeza, a conquista da Libertadores no Pacaembu, eu choro só de falar. Quem me conhece sabe que pelo menos 1 vez por semana eu assisto a jogo para poder chorar de lavar a alma sabe. Foi um sentimento que não dá para explicar, eu lembro de absolutamente tudo daquele dia, acho que nunca tive choro mais gostoso do que aquele. Até hoje eu choro assistindo porque bate aquele sentimento do quão somos apaixonados e de como vale a pena sofrer e acreditar no Corinthians.
Conta um pouco do amor do seu pai pelo timão?
- Meu pai era apaixonado pelo Corinthians, ele não aceitava nenhum tipo de críticas de qualquer anti. Sabe aqueles Corinthianos insuportáveis que não consegue falar de outra coisa, que só o Corinthians presta, ele era exatamente assim. Minha casa sempre teve decoração do Corinthians por todo canto, era hino o dia inteiro. Ele era genioso e briguento (de onde puxei minhas qualidades rs), então todo mundo sabia que ele era louco apaixonado. Pra ele o melhor time do mundo era o Corinthians e só a opinião dele importava. Tenho certeza que o amor pelo Corinthians é a maior herança que ele me deixou, e que a mais importava pra ele.
Hoje em dia para a Naty como é para você a adaptação ao futebol moderno?
- Odeio rs, entendo que muita coisa veio sim para ajudar, agregar. Mas o futebol moderno não faz muito meu tipo. É muita tática na teoria e pouca entrega, pouca raça. Numa várzea às vezes você vê os caras dando vida em campo, pra levar um caneco barato, isso é gostoso de ver. A gente gosta da tecnologia, da tática, mas a entrega, a raça faz a gente pulsar de verdade.
O que é ser um Gavião?
- Tô chegando de verdade agora né, rs, tô aprendendo. Mas é amar, defender e honrar o nome do Corinthians acima de tudo, a razão da nossa existência. Acreditar e apoiar o time sempre.
Quais as principais características que te levou a escolher os Gaviões da Fiel como torcida organizada?
- Desde criança, aquela turma de preto me encantava, acho que a paixão, a lealdade pelo Corinthians, me encantou demais nos Gaviões desde sempre, quando você conhece vê que tem muito mais para se apaixonar, o respeito que tem dentro da torcida, o cuidado.
Como é sua rotina em dia é jogos? Possui alguma superstição?
- Sim rs, eu não consigo usar branco em dias de jogo, para mim as minhas camisas brancas são para o dia a dia, se tem jogo eu nem olho para elas.
Conta um pouco para nós, o que é ser Corinthians??
- É difícil explicar né, porque é um amor simplesmente imensurável, eu sou chata, apaixonada, briguenta, porque eu amo demais esse time. O nome Corinthians faz parte da nossa identidade, ser Corinthiano é ser louco, é acreditar que sempre vamos ganhar, vamos vencer até o último minuto. Por ser Corinthians a gente percebe que tudo é possível né, pode tudo estar dando errado que a gente não abaixa a cabeça, a gente rema contra a maré e segue firme.
E para gente finalizar, o que você aconselha para uma mina que está indo para os jogos, e a escolha de uma torcida, quais os fatores você conclui que ela tem que levar em conta
- Mulheres VÃO, vão cada vez mais, é lindo ver o tanto de mulheres que hoje frequentam estádio até sozinhas, eu já conheci meninas indo sozinhas, fiz amizade, e levo para o meu coração. Sobre a escolha da torcida, acho que é onde o coração bate mais forte rs, eu já fui em outras, mas não adianta eu desde criança tinha amor pelos Gaviões, quando tive a oportunidade, não podia ser outra rs.
Comentários
Postar um comentário