Entrevista com Keith do Estopim
Hoje no bancada em foco, é história de anos que vocês querem? Toma aí! 11 anos de ESTOPIM sendo mulher, tendo empoderamento, sem precisar passar por cima de ninguém, nossa mana Keith, ela faz parte do social da organizada, óbvio que ela contou como é fazer parte do social " É uma coisa incrível, não dá pra descrever. Antes de entrar para o departamento
social e não fazia ideia da dimensão do departamento, o tanto de pessoas necessitadas que são ajudadas pelo departamento." Ela também conta da vez que quase apanhou da mãe por ir em um jogo do Corinthians no Pacaembu, "Tinha ido
escondido da minha mãe porque ela falou que se eu continuasse indo pra jogo ela ia me bater kkkkkkkk, mesmo assim eu fui, na hora de voltar o 77 (a lenda do nosso buso) não estava mais no ponto de encontro. Liguei pro antigo presidente e perguntei onde estavam, e ele falou que já tinham ido embora, eu e mais umas 6, 8 pessoas ficamos pra tras, sem 1 real no bolso".
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viu a transição de gerações, como e para vc se adaptar a nova geração?
- É difícil se adaptar a nova geração, muita gente nova, muita tecnologia, muita
gente tendo uma visão diferente referente a torcida, acho que conforme o passar dos
anos fui aprendendo e amadurecendo mais, tendo mais visão de ideologia. Eu tento
passar a diante o que aprendi durante a minha caminhada para os mais novos.
Qual o sentimento de andar no famoso buso 77 sabendo da história dele?
- É muito top. Onde o buso passa é reconhecido, as pessoas olham, querendo ou não chama a atenção das pessoas, fora os comentários "olha lá o 77" é muito bom, principalmente sabendo de toda a história, um buso que já rodou o Brasil e já foi ate o Atacama. É incrível.
Hoje em dia, como é para você ver a festa cada vez mais abaixo?
- É triste porque na época que entrei na torcida organizada era uma festa linda, não
que agora não seja, mas antigamente não tinha tanta tecnologia, as pessoas iam para o
jogo curtir e apoiar, rever os amigos, hoje em dia muitas pessoas vão para o estádio para
ficar tirando fotos, fazendo filmagens durante o jogo, isso a gente fazia antes do jogo e no fim do jogo, durante o jogo era apoio total. Mas hoje em dia as pessoas querem status, e ainda ficam com raiva quando é cobrado na bancada.
Como é fazer parte do social da torcida?
- É uma coisa incrível, não dá pra descrever. Antes de entrar para o departamento
social e não fazia ideia da dimensão do departamento, o tanto de pessoas necessitadas que são ajudadas pelo departamento. A gente reclama de tanta coisa na vida, até você ter a noção de pessoas que tem nada, e com um simples gesto você traz um sorriso e um
pingo de esperança pra essa outra pessoa. Não só adultos, mas as crianças também, é
incrível poder ver nos olhos da criança a felicidade que pudemos levar pra ela.
Não posso descrever em palavras o sentimento que é fazer parte do departamento, é uma coisa que eu aprendi a amar, e coloco em primeiro lugar na minha vida sempre. Até briga em casa eu arrumo com minha mãe quando tenho algum evento ou ação social do departamento. Pra mim é uma honra poder fazer parte desse departamento incrível.
Falando das suas tattoos, como é levar o símbolo do Corinthians e da sua torcida
para todo lugar?
- Minhas tatuagens são meus amuletos, tenho muito orgulho de poder levar o
Corinthians e o ESTOPIM pra todo lugar que eu vou. É uma demonstração de amor tanto
pelo meu time quanto pra minha torcida.
Hoje em dia, como é fazer parte de uma organizada?
- Olha, é desafiador. Por ser um ambiente muito masculino, ainda existe muito
machismo, muito homem se crescendo pra cima das mulheres, mas foi dentro da torcida
que aprendi a não abaixar a cabeça pra ninguém, pra nenhuma mulher e muito menos nenhum homem. Aprendi a bater de frente, principalmente se for pelo certo, se for pelo errado será cobrado da mesma forma. Fiz muitas amizades, conheci muita gente não só da minha torcida, mas das outras também, tenho amizades de longa data e pessoas que hoje considero como família, até mais que alguns familiares, e eu sou, e sempre serei muito grata a ESTOPIM por me tornar quem eu sou hoje, pois muita coisa que aprendi dentro da torcida eu vou carregar eternamente comigo.
Da EDF, qual é a pessoa mais resenha que tem? E óbvio solta aquela resenha daora
dela hahaha
- Nossa, não da pra citar uma pessoa, porque cada uma tem uma resenha diferente e
daora hahahaha, cada um tem uma caminhada dentro e fora da torcida, tem uma vida além disso. Mas pode ter certeza que os mais daora pra trocar uma ideia são os da velha guarda.
Sobre suas viagens, como foi seu adaptar a cultura de outros locais?
- Uma coisa que eu amo nessa vida (além do Corinthians e ESTOPIM), é viajar,
meeeeu Deus, como eu amo viajar. Confesso que me adapto fácil a isso, porque ou eu
me adapto ou eu me lasco kkkkkk. Me adapto tão bem que quando eu volto pra casa euvvolto com inicio de costumes do local kkkkkk mas logo passa porque lembro que não estou mais la e vida que segue. Mas é maravilhoso conhecer novas culturas, novas pessoas (principalmente pra mim que viajo sozinha sempre), a culinária do lugar, é uma coisa muito gostosa.
Keith, qual é seu maior sonho?
- Sou uma pessoa muito sonhadora, e confesso que as vezes sem os pés no chão,
mas sonho em poder conhecer o mundo, conhecer alguns estádios ao redor do mundo
também, quem sabe algum dia ter a experiência em morar no exterior, ter a fluência no inglês (estudo há alguns anos, mas não tenho a fluência ainda), logo mais realizarei um sonho de anos, é como um combustivel pra eu não desistir de segui-los.
Hoje em dia, como é para você lidar com o preconceito muitas vezes de torcedores
do nosso próprio time?
- É complicado, toda hora você tem que ficar “provando” que você é capaz de algo
é cansativo. As pessoas que já me conhecem, sabe da minha capacidade é super tranquilo lidar com isso, agora pessoas de fora, que não me conhece, preciso bater de frente, fazer a pessoa enxergar que eu sou capaz, a ponto da pessoa falar “caralho, essa
mina é foda, essa mina desenrola”. Não falo apenas sobre minha pessoa e sim sobre nós
mulheres dentro de uma torcida organizada.
Keith, qual maior perrengue que tu passou na sua caminhada junto a Estopim?
- Acho eu que foi um jogo no Pacaembu (não lembro contra quem), tinha ido
escondido da minha mãe porque ela falou que se eu continuasse indo pra jogo ela ia me bater kkkkkkkk, mesmo assim eu fui, na hora de voltar o 77 (a lenda do nosso buso) não estava mais no ponto de encontro. Liguei pro antigo presidente e perguntei onde estavam, e ele falou que já tinham ido embora, eu e mais umas 6, 8 pessoas ficamos pra tras, sem 1 real no bolso, sem saber o caminho de volta, na época nem existia uber, eu fardada e nem podia chegar em casa daquele jeito. Fomos andando até o metro mais próximo, pulamos catraca e fomos, chegando próximo já vimos que não tinha mais busão ate diadema, então tivemos que andar mais um pouco ate chegar a sede. Chegando la todobmundo já tinha ido embora obviamente, e eu não podia chegar em casa fardada. Minha amiga que tinha uma blusinha branca por baixo da farda trocou de roupa comigo no meio da rua pra eu poder chegar em casa. Por sorte e já de madrugada liguei pra um amigo implorando pra ele me buscar na sede porque não tinha condições de ir embora. Graças a
Deus ele foi me buscar e cheguei em casa salva kkkkkkkk. Minha mãe ficou no puro odio, mas não apanhei aquele dia, (desculpa mãe).
O por que você indicaria a Estopim para uma pessoa?
- Eu sempre indico a ESTOPIM para as pessoas que queiram se associar, porque a
11 anos atrás, quando eu quis me associar eu não tive ninguém pra me apresentar, e
ainda assim eu fui muito bem recebida, acolhida, apresentada a muitas pessoas, conheci bem recebido, da pessoa olhar e pensar “nossa, eu amei esse lugar”, então eu sempre indicarei e trarei pessoas paraa ESTOPIM.
Já pensou como vai transmitir esse amor para suas futuras gerações?
- Com toda certeza da vida. Tenho um irmão mais novo que inclusive já é sócio no
ESTOPIM, eu o levo pra jogos, eventos na sede, assistimos jogos juntos. Ele é meu
orgulho, porque já dá pra ver que o amor que sinto tanto pelo time, quanto pela torcida.
Se algum dia eu for mãe eu não tenho nem duvidas que meu filho(a) será assim também.
Qual é a responsa de tá na pele o símbolo da Estopim, nunca teve medo de alguém
pegar na trairagem?
- Não. Eu não sou de sair com a tatuagem da ESTOPIM tão amostra. Pelo fato de
ser na panturrilha, eu sou da turma da calça. Raramente saio de shorts então muitas
pessoas nem sabem que eu tenho tatuagem da ESTOPIM. As do Corinthians já ficam
mais amostra, e sempre tem comentários do tipo “é sério que você tem tatuagem do
Corinthians?”. E se por acaso aconteça algo do tipo, a gente se defende como pode, eu
treino na sede, tenho meus macetes pra me defender também.
Pode contar sobre os projetos sociais dentro da torcida?
- Nós temos alguns projetos sociais dentro da ESTOPIM como, nas sextas temos
distribuição de leite para idosos e crianças que tenham cadastro no CRAS em Diadema,
aos sábados entrega de marmitas em comunidades, fora os eventos que fazemos na sede para os associados como, almoços, matine de carnaval, distribuição de ovos de
páscoa para as crianças, almoço de dia das mães, festa de dia das crianças, e por ai vai.
E hoje em dia, o que vc falaria para uma pessoa que tá indo e começando a
frequentar a bancada norte?
- Vá torcer, pular, gritar, cantar, empurrar o time os 90 minutos, vá criar memórias… Deixe as fotos e videos pro final do jogo, tem pequenos momentos que acaba se perdendo por estar em celular, então deixa pro final.
Para você o que ainda falta para as organizadas fazerem com os novos
associados?
- Eu acho que falta iniciativa dos associados. Vou falar pela ESTOPIM, na sede
temos diversas atrações para os sócios. Temos nosso bar que é aberto todos os sábados, temos escolinha de bateria gratuito aos sábados, temos lutas durante a semana, Jiu-jitsu (terças, quintas e sábados), e Muay Thai (segundas e quartas), temos telão na sede pra poder assistir os jogos fora. As organizadas oferecem o recurso, mas o associado precisa ter o senso de ir pra sede, participar das atrações, trocar ideias, fazer amizades.
Para finalizarmos, como alguém consegue se associar a torcida?
- Basta comparecer a sede ou subsede mais próxima, preencher a ficha de
cadastro, levar uma foto 3x4 e pagar uma taxa de R$25,00 reais (R$5,00 da carteirinha e R$20,00 da mensalidade), comparecer na reunião de novos sócios para retirar sua
carteirinha e adquirir a camisa oficial para os jogos.
Parabéns por essa sua caminhada , vc é Zika Keith
ResponderExcluirObrigada 💣❤️
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