Entrevista com Luana da Camisa 12




Hoje no bancada em foco é dia de trazer um pouco da história da Luana, da Camisa 12, uma dozita raiz, ela diz quais são suas principais influência dentro da torcida Como "Primeira influência eu tenho meu pai, que foi quem me apresentou para esse mundo, e em segundo lugar a minha irmã, a Giovanna"
E em meio das inverdades da avenida dos Estados, ela veio contar a verdade sobre aquela noite, até mesmo para por um ponto final com a verdadeira história. Ela também fala do que mudou no seu pensamento quando entrou e a Luana de hoje " era uma criança, com pensamentos completamente diferentes dos que eu tenho hoje, hoje eu já me vejo com um pensamento mais maduro, e acredito que a 12 me ajudou bastante nisso. " 



E sobre a Luana, quem é ela fora da bancada? 
- Bom, fora da bancada eu sou uma menina que foca em conquistar as coisas na vida. 

Já sofreu algum tipo de preconceito por ser de organizada? 
- Eu não colocaria como preconceito, mas já escutei muitas coisas como “nossa uma menina tão bonita fazendo parte de torcida organizada?” Ou, “mds sai dessa vida, isso não vai te trazer nada”. 

Qual é o tamanho da responsa em participar ativamente de uma direitoria de torcida?
- Bom, eu não fazia parte da diretoria em si, eu era uma funcionária remunerada, porém essa parte carrega um certo peso também. Pois sempre me falavam que eu era a primeira pessoa que o associado tinha contato, fora as outras coisas que compunham o trabalho. 

O que mudou da Luana quando se credenciou na 12 para Luana de hoje em dia? 
- Eu sempre fui até a quadra quando era pequena, porém nunca fui uma associada, fui me associar de fato quando comecei a trabalhar lá, e bom todo mundo fala que quando eu entrei eu ainda era uma criança, com pensamentos completamente diferentes dos que eu tenho hoje, hoje eu já me vejo com um pensamento mais maduro, e acredito que a 12 me ajudou bastante nisso. 

E qual sentimento que você tem de está em um bancada de organizada? 
- É um sentimento inexplicável, e eu costumo falar que todo mundo precisa assistir pelo menos um jogo junto com a torcida organizada.

Qual o sentimento de ver cada vez o publico feminino em alta nas bancada e a 12 fazendo um trampo exemplo quando se trata de mulher na bancada? 
- Isso é muito gratificante, ver que o público feminino está crescendo cada vez mais dentro da organizada e que cada vez mais está conquistando seu espaço, ainda mais por saber que a 12 está dando espaço para todas nos. 
Sabemos que o jogo do Corinthians próximo é sempre o mais importante e todos são marcantes na nossa vida, porém tem algum em específico que você não vai esquecer por nada? 
- Sim, a melhor lembrança de jogo que eu tenho (que também se encaixa na melhor lembrança que eu tenho na bancada) foi o dia da estreia do bandeirão da 12 (o décimo bandeirão), eu me lembro da sensação do bandeirão subindo até hoje, e como foi gratificante ver o trabalho que os meninos do departamento fizeram, e ainda para tornar o dia ainda melhor o Corinthians ganhou, então foi um dia completamente incrível. 


Quando se fala em Giovanna o que esse nome e essa pessoa representa para ti? 
- Para mim a Giovanna é um sinônimo de força, foco e muita determinação, ela é minha maior inspiração dentro da torcida, e fora também, ela é uma pessoa incrível. 

Hoje em dia você indicaria a 12 para um novo associado por que? 
- Com toda certeza sim, eu costumo falar que a 12 é como uma família, então todos que chegam são sempre muito bem acolhidos, e para quem está tendo o primeiro contato com a torcida é muito bom ter esse tipo de acolhimento!

Conta um pouco de alguma resenha de organizada? 
- Então, resenha era o que mais tínhamos né, ainda mais dentro da quadra, porém uma muito legal foi a da festa de 52 anos, por mais que eu estivesse trabalhando consegui aproveitar bastante a festa, que por sinal foi incrível.

De onde surgiu esse amor pelo Corinthians? 
- Meu amor pelo Corinthians surgiu com o meu pai, desde pequena ele sempre levou eu e minhas irmãs para os jogos, sempre tivemos esse contato com estádio e com a arquibancada, sempre escutei ele falar “você é corinthiana roxa”, então foi um amor que foi passado de pai para filha, e se cultivou cada vez mais em mim. 

Quais suas principais influências para escolher a camisa 12 como torcida organizada? 
- Como primeira influência eu tenho meu pai, que foi quem me apresentou para esse mundo, e em segundo lugar a minha irmã, a Giovanna, que foi a pessoa que me ensinou como funciona as coisas dentro da torcida.  


Você pode falar um pouco sobre os projetos sociais que a torcida faz? 
- Não sei se é considerado um projeto social, mas também temos a reunião de novos sócios, que todo novo sócio precisa participar. Na reunião nós tentamos passar uma pouco do que é a Camisa 12, um pouco da nossa história e da nossa ideologia. 
A 12 tem o social que é bastante ativo, sempre tem eventos em datas festivas, como natal, Páscoa, dia das crianças, entre outros. Fora que cada quebrada tem seu projeto social que visa sempre fazer a alegria das pessoas. 
Tem também as aulas de muay thai, que é aberta a qualquer Corintiano que esteja com vontade de aprender um pouco mais sobre luta.

E pós avenida dos Estados, como ficou a parte psicológica da Luana? 
- Nas primeiras semanas meu psicológico ficou bem abalado, eu demorei um pouco de tempo entender o que de fato tinha acontecido, porém com o tempo eu consegui colocar as ideias no lugar, e eu coloquei na minha cabeça que eu era forte para superar aquilo. Eu trabalhei minha cabeça de várias formas, e tive muita ajuda das pessoas que me amam. 

E sem o Corinthians quem seria a Luana?
Eu nem sei como responder essa pergunta, por que depois que comecei a frenquentar de novo, nunca mais passou pela minha cabeça não ter mais o Corinthians na minha vida!

No caso da avenida do estado, foi levantada várias histórias dos acontecimentos, quer  relatar o verdadeiro acontecimento para quebrar esse murmurinho de inverdades que criaram? 
Bom, para começo de conversa eu nem ia nesse jogo, consegui meu ingresso de última hora, a princípio estava indo tudo bem, na hora da ida estávamos todos em uma energia ótima. Durante o jogo a mesma coisa, mesmo com o Corinthians tendo perdido para o São Bernardo de 2x0. Na volta demoramos uns 20 minutos para sairmos da frente do estádio por que já estava previsto que poderíamos encontrar com os porcos, mas até então estava tudo bem, fomos o caminho em alerta mas com a mesma energia boa.
Quando chegamos na avenida do estado, foi tudo muito rápido, eu só me lembro de fecharmos as janelas do ônibus, e de eu deitar em baixo do banco, depois disso só escutei o bagulho das bombas, dos vidros sendo quebrados. Eu não tive sentido algum de tempo, mas fiquei um bom tempo escondida embaixo do banco, até que eu escutei minha irmã gritar que iriam quebrar o pé dela, nessa hora eu me levantei, e foi quando me dei conta de tudo que estava acontecendo, eu me ajoelhei no banco e só senti o sangue pingando em mim, quando, depois disso não me lembro de muitas coisas, só me lembro que o corredor do ônibus estava com muita gente machucados, eu me desesperei quando vi a situação de um mano, quando eu vi desespero nos olhos dele, foi quando eu me desesperei, por que naquele momento ele era a pessoa mais forte que tinha a ali para mim, e ver que ele estava assustado me assustou ainda mais, nesse período de desespero, foi quando a bomba caiu no banco em que eu estava, minha cabeça parou de funcionar por uns 10 segundos (e eu acredito até hoje que esses 10 segundos poderiam ter mudado muita coisa), quando minha cabeça voltou pra o lugar eu só pensei nas pessoas, que já estavam bem machucadas, e no estrago que aquela bomba poderia fazer com as pessoas que estavam ao redor que também estavam machucadas, então eu tive a reação de pegar na mão e tentar jogar de volta pela janela, foi quando ela explodiu e eu só conseguia ver tudo preto, quando eu consegui ver o que havia acontecido foi quando eu de fato entrei em desespero, enquanto eu estava em desespero eu fiquei exposta na janela e quase levei barradas, foi quando um mano veio e entrou na frente e me tirou de frente da janela. Após o ocorrido foi tudo muito rápido, conseguimos sair da avenida do estado, a minha irmã, encontrou uma viatura que nos levou até a UPA mais próxima. E fomos atendidos da melhor forma, na UPA mesmo, descobri que eu não tinha perdido o dedo todo, somente a parte em que fica a unha, de certa forma foi um alívio.

Quando você voltou para arena, qual foi o sentimento de viver aquele ambiente novamente, aquela energia da bancada? 
- Em momento algum eu tive como opção deixar de frenquentar os jogos, ou de trabalhar na 12, meus planos sempre foram voltar a frenquentar, então me senti aliviada em poder estar com a torcida novamente. 

Como você aconselharia uma pessoa que está indo e está em busca de uma torcida organizada? 
- Eu aconselharia que a pessoa frequentasse a torcida em que ela mais se identifica, e que mais se sentir acolhida. 

E para finalizarmos qual conselho você daria para uma pessoa que está indo a primeira vez em um estádio?
- Bom, eu aconselho que a pessoa aproveite cada segundo, e que apoie o Corinthians os 90 minutos sem parar.

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