Entrevista com Bianca dos Gaviões da Fiel




Hoje em dia o que te chamou atenção na nutrição?
- Eu sempre soube que a área da saúde era para mim, eu fiz um técnico em nutrição e ali tive certeza que era isso que queria seguir. Agora tô finalizando a faculdade de nutrição e é muito gratificante poder transformar vidas através da alimentação. 


Conta um pouco sobre você, quem é a Bianca fora da bancada?
- A Bianca fora da bancada é super tranquila, sou mais na minha, muito família. Tento dar o meu melhor em tudo que me proponho a fazer e sou muito leal aos meus.


Qual é o sentimento de está em uma caravana?
- Estar em uma caravana é uma mistura de emoção com adrenalina. Cada viagem é única, sempre acontece algo novo. É aquele momento de trocar ideias, compartilhar experiências, conhecer pessoas que nunca viu na vida. Claro, quando a gente sobe no busão, já sabe que não vai ser fácil, é ônibus quebrando, se perdendo, a pressão da polícia o tempo todo... Mas, no fim das contas, é isso que deixa tudo mais real. Só quem é apaixonado, quem é doido pelo que faz, entende o peso e a intensidade dessa experiência.


De onde surgiu esse amor pelo Timão?
- O Corinthians faz parte da minha história desde que me entendo por gente, eu vim de uma família Corintiana, meu avô fez parte de torcida organizada, meu pai entrou para os gaviões desde de muito novo, então sempre acompanhei essa paixão que foi passada para mim desde pequena. Sempre via meu pai saindo para os jogos até que ele começou a me levar e eu tive a certeza que era aquilo que eu queria para minha vida e não imagino uma vida na qual não tenha o Corinthians nela. 



Quais estádios você já foi, e qual foi o mais top? 
Já fui no Maracanã, Engenhão, Arena da independência, Mineirão, Arena MRV, Beira rio, Arena red bull, 1º de maio, Canindé, Arena Corinthians e Pacaembu. 
Eu gostei de vários estádios, mas meu favorito é sempre a caravana para o Maracanã. 


Como é fazer parte dos Gaviões da Fiel?
- Para mim é um prazer, é algo que amo de verdade fazer, quando tô na bancada todos os problemas somem e me sinto feliz de verdade. Não é só vestir uma camisa oficial, é muito mais que isso, é saber o peso de estar com essa camisa e honrar ela onde for. 


Hoje em dia, você já sofreu algum tipo de preconceito por ser de organizada?
- Por ser de organizada somos vistos como marginais sempre, já ouvi de várias pessoas que isso não vai me levar a lugar nenhum que sou maluca de estar nesse meio. Mas eu nem ligo, sei quem eu sou, e só quem vive sabe. Essa galera nunca viveu e nem procurou saber o que é uma torcida organizada e tudo que tem por trás


Qual o sentimento feminino de ver uma bancada, cada dia mais cheio de mulheres?
- Gratificante saber que estamos cada vez mais conquistando nosso espaço e ganhando o reconhecimento que merecemos. 


Conta um pouco, como você faz para adaptar sua vida de universitária, vida pessoal e vida na bancada
A gente sempre dá um jeito, tudo é uma questão de equilíbrio, tento gerenciar todas as áreas da minha vida sem deixar nenhuma de lado, planejo sempre minha semana para poder ver o coringão, mas às vezes é preciso abdicar de alguns jogos para dar conta de algumas responsabilidades.


Conta uma resenha de bancada?
- Não lembro de uma em específico, mas a bancada é sempre uma resenha, as melhores histórias eram no Pacaembu, esse estádio tem um lugar bem especial no meu coração, lembro de todo mundo reunido na frente do estádio antes do jogo, sinto saudade.


Hoje em dia para você como é ver o estádio lotado apoiando as minas?
- Ver o estádio lotado apoiando as minas é uma parada que me deixa muito feliz e orgulhosa em ver que estão ganhando o espaço que merecem. E as brabas merecem todo esse apoio, porque representam demais oque é ser Corinthians. 



Quais os fatores que te levou a escolher os Gaviões da Fiel como torcida?
- Como já falei em outra pergunta, eu já cresci nesse meio por conta do meu pai, vivia na quadra com ele, me associei aos 13 anos e é o lugar em que me sinto bem, me sinto feliz e amo demais isso. Quando comecei a entender de fato o que era uma torcida organizado, tive a certeza que estava no lugar certo. 


Quando se fala em bancada, quem são suas referências? 
Sem dúvidas nenhuma minha maior referência é meu pai, um corintiano louco que me apresentou esse mundo desde que nasci. Meu parceiro de vida e de arquibancada que me ensinou tudo que sei. 



Hoje em dia, qual é o principal desafio de um torcedor organizado?
- Hoje, o grande desafio de um torcedor organizado é equilibrar a paixão pela camisa com as regras e cobranças da sociedade e do sistema. Isso envolve enfrentar os preconceitos que associam as torcidas com as práticas violentas ou discriminatórias, sem reconhecer as ações positivas que também promovem. Além disso, lidar com o controle crescente no futebol "moderno", com restrições a viagens, presença em estádios e a proibição de certos artigos usados nas festas das arquibancadas. E no meio disso tudo, a missão é manter a identidade viva, defendendo os símbolos de resistência contra um sistema que vive tentando diminuir nossa força e tradição.


E para fechar, como você aconselharia alguém que está entrando em uma torcida, o que ela tem que levar em conta?
- O principal para qualquer pessoa que tá querendo começar, é entender a ideologia de torcida organizada, e ter postura. Mas meu conselho é, se é o que você quer mesmo, só vai, não desista, e nem ligue para comentários que no final tudo vale a pena. E levar em conta que nem tudo é festa e diversão tem muitas responsabilidades por trás.

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